terça-feira, 11 de março de 2008

Pensamento

Perdi-me, no domingo, num banho longo e pensativo.
Há dias em que precisamos de nos fechar num sítio onde possamos ser nós mesmos, para podermos despir-nos dos pensamentos. No banho tenho sempre a esperança que a água que escorre, lave de mim os maus pensamentos, me purifique a alma.
Olho-me no espelho e dou-me conta de que o tempo que me resta de manhã para me olhar é tão pouco, que deixa escapar o que trago chapado na cara. Onde está a alegria que me era habitual? (espero que chegue com os dias de sol...).
Há já algum tempo que não me perdia a olhar para mim. Há uns meses atrás sentia-me bem comigo mesma e gostava de me olhar e pensar que era bom ter alguém que me apreciasse como sou, sem me olhar pela idade que tenho. No domingo, passados alguns meses depois desses sentimentos, concluo que o facto de nos sentirmos bem, altera a visão que temos de nós próprios.
Olho-me mais uma vez e não me revejo naquilo que a minha idade diz que eu sou, ou devia ser. Mas o facto é que eu deixei de me ver como há meses atrás. Pensamos que são os outros que nos vêem de outra forma. Enganamo-nos. Nós não nos vemos como deveríamos.
É estranho pensar em nós mesmos como seres individuais e independentes. É estranha essa solidão. Ultimamente tenho-me sentido uma estranha. Olho-me e apetece-me fugir de mim. Só não tenho para onde.

Nenhum comentário: