quinta-feira, 27 de março de 2008

Mão Morta gravam o tal beijo do mal – Maldoror

Notícia por Hugo Torres, no Húmus

Maldoror está em disco. (Lembram-se do espectáculo?) São 2.000 exemplares apenas disponíveis nos teatros por onde passa a cartola dos Mão Morta e o último dos seus coelhos. Nos teatros e online, no sítio da Cobra. Poupa-se na distribuição; ganha-se no culto do objecto. (Lembram-se de Müller no Hotel Hessischer Hof, de Carícias Malícias?) Nuno Couto e Filipe Lourenço são responsáveis pela gravação do som ao vivo, mas, diz o comunicado oficial, o som «foi depois misturado para a obtenção de uma obra autónoma».

A poucos dias da estreia de Maldoror no Theatro Circo, em Braga, tive oportunidade de falar com Adolfo Luxúria Canibal. Na altura, questionado sobre a peça de Ducasse, dizia, à luz da tarde da Brasileira:

(…) para além da delícia da leitura, que é efectivamente algo de interessante, é a delícia de ler, a escrita é fabulosa. Mas para além disso é a delícia também da descoberta porque são leituras sucessivas em que se descobrem sempre coisas novas. Há muito de descoberta no Isidore Ducasse, e é este lado que na leitura anterior estava oculto e que na leitura seguinte surge à luz do dia, este lado de descoberta é fascinante. O livro pode suportar tantas leituras e continuar sempre diferente, é algo de mágico (…).

É isto e o resto: a encenação não dispensa a literatura, nem o contrário.


O meu já está reservado... :)
(ver original no Húmus, de 26/03/2008)

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