sexta-feira, 7 de março de 2008

A complexidade das coisas simples

Não que estas palavras possam de alguma forma magoar, por tão bem se encaixarem na minha vida... Certo é, que assim senti não faz muito tempo e que este mesmo tempo teima ainda em trazer à tona sempre que a fragilidade me invade. Aguardemos tempos em que não haja mais ausência, senão a de dor.



Ausência

por Nuno Júdice

«Quero dizer-te uma coisa simples: a tua ausência dói-me. Refiro-me a essa dor que não magoa, que se limita à alma; mas que não deixa, por isso, de deixar alguns sinais - um peso nos olhos, no lugar da tua imagem, e um vazio nas mãos, como se as tuas mãos lhes tivessem roubado o tacto. São estas as formas do amor, podia dizer-te; e acrescentar que as coisas simples também podem ser complicadas, quando nos damos conta da diferença entre o sonho e a realidade. Porém, é o sonho que me traz a tua memória; e a realidade aproxima-me de ti, agora que os dias correm mais depressa, e as palavras ficam presas numa refracção de instantes, quando a tua voz me chama de dentro de mim - e me faz responder-te uma coisa simples, como dizer que a tua ausência me dói.»

in Pedro Lembrando Inês

Nenhum comentário: